A Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918)
Principais causas:
Rivalidade anglo-alemã: A rivalidade entre a Alemanha e a
Inglaterra teve origem na competição industrial e comercial. Após a unificação,
a Alemanha. Passou a disputar mercados com os ingleses e se transformou em uma
das maiores potências da Europa
Rivalidade franco-alemã: Em 1871, a França foi obrigada a ceder
a Alsácia-Lorena (região rica em carvão e ferro) ao recém unificado Império
Alemão, após a derrota francesa na Guerra Franco-prussiana, conforme previa o
Tratado de Frankfurt em 1871. Logo nasceu na França a ideia de vingança, de
revanche (o Revanchismo Francês), com o objetivo de recuperar Alsácia-Lorena e
vingar a derrota na guerra.
Política de alianças: Por meio de acordos econômicos, políticos
e militares, dois blocos opostos foram criados: a Tríplice Aliança,
formada por Alemanha, Império Austro-Hungaro e Itália, também conhecidos como
Império Centrais, e a Tríplice Entente, por Rússia, França e
Grã-Bretanha. Esse sistema de blocos tornou-se uma bomba relógio quando as
tensões entre os países tonaram-se incontroláveis.
Corrida armamentista: Os anos anteriores à eclosão da guerra em
1914 receberam o nome de Paz Armada porque a indústria bélica aumentou
consideravelmente os seus recursos, produzindo novas tecnologias para a guerra.
Além disso, quase todas as nações europeias adotaram o serviço militar
obrigatório, incentivando assim o sentimento nacionalista e militarista.
A disputa colonial: buscando novos mercados para a venda de seus produtos, e também pelo domínio de áreas fornecedoras de
matérias-primas e fontes de energia, os países industrializados entravam em
choque pela conquista de colônias na África e na Ásia.
Exacerbação do nacionalismo: O período que antecedeu
a Primeira Guerra Mundial foi marcado por uma exacerbação do
nacionalismo. As potências, de modo geral, cultivavam um discurso e uma
mentalidade baseados em suas glórias militares, no poder bélico e na supremacia
nacional.
Nacionalismo da Sérvia: Á Sérvia era uma pequena nação eslava
independente, situada na região dos Bálcãs. O seu objetivo era reunir todos os
povos eslavos em um só Estado. O projeto sérvio contrariava os interesses da
Áustria e da Turquia. A Rússia era aliada da Sérvia. Os alemães, também
interessados na região, pretendiam construir a ferrovia Berlim-Bagdá para ter
acesso direto ao petróleo da Mesopotâmia (atual Iraque), acabando com a
primazia dos ingleses.
Rivalidade austro-russa: A Rússia desejava dominar o Império
Turco-Otamano, a fim de obter uma saída para o mar Mediterrâneo, e, também,
controlar a península Balcânica. Para justificar esse expansionismo, criou o
pan-eslavismo movimente político segundo o qual a Rússia tinha o
"direito" de defender e proteger as pequenas nações eslavas da
península Balcânica.
A situação conflituosa entre o final do século XIX e o início do século XX deu origem à chamada paz
armada. Como o risco de guerra era bastante grande, as principais potências
trataram de estimular a produção de armas e de fortalecer seus exércitos. Foi
um momento de intensa corrida armamentista, quando a Tríplice Aliança
(Alemanha, Império Austro-Húngaro e o Império Turco-Otomano) ampliava sua
capacidade bélica, e a Tríplice Entente (Rússia, França e Inglaterra) buscava
equipar-se. A indústria bélica aumentou consideravelmente os seus recursos,
produzindo novas tecnologias para a guerra. Além disso, quase todas as nações
europeias adotaram o serviço militar obrigatório, incentivando assim o
sentimento nacionalista.
A explosão da guerra mundial
Assassinato de Francisco Ferdinando (Sarajevo, Bósnia, 28/06/1914): foi o estopim que detonou a Primeira Guerra Mundial, quando as tensões entre os dois blocos de países haviam crescido a um nível insuportável.
Principais fases: primeira fase (1914/1915) movimentação de tropas e equilíbrio
entre as forças rivais; segunda fase (1915/1917) guerra de trincheiras;
terceira fase (1917-1918) entrada dos Estados Unidos, ao lado da França e da
Inglaterra, e derrota da Alemanha.
Entrada da Itália – A Itália, membro da Tríplice Aliança, manteve-se neutra até
que, em 1915, sob promessa de receber territórios austríacos, entro na guerra ao
lado de franceses e ingleses.
Saída da Rússia – Com o triunfo da Revolução Russa de 1917, onde os bolcheviques
estabeleceram-se no poder, foi assinado um acordo com a Alemanha para
oficializar sua retirada do grande conflito. Este acordo chamou-se Tratado de
Brest-Litovsk, que impôs duras condições para a Rússia.
Entrada dos Estados Unidos – Os norte-americanos tinham muito investimentos nesta guerra
com seus amigos aliados (Inglaterra e França), os países da Entente adquiriam
armas, munições, combustíveis, remédios, etc. dos EUA para pagarem após a guerra.
Era preciso garantir o recebimento de tais investimentos. Os norte-americanos
também tinham receio de uma possível vitória alemã, pois a Alemanha poderia se
tornar uma mega potencia colonial, industrial e bélica, sendo impossível de
derrotá-la no futuro. Utilizou-se como pretexto o afundamento do navio
“Lusitânia”, que conduzia passageiros norte-americanos.
Participação do Brasil – Os alemães, diante da superioridade
naval da Inglaterra, resolveram empreender uma guerra submarina sem restrições.
Na noite de 3 de abril de 1917, o navio brasileiro “Paraná” foi atacado pelos
submarinos alemães perto de Barfleur, na França. O Brasil, presidido por
Wenceslau Brás, rompeu as relações com Berlim e revogou sua neutralidade na
guerra. Novos navios brasileiros foram afundados. No dia 25 de outubro, quando
recebeu a noticia do afundamento do navio “Macau”, o Brasil declarou guerra à
Alemanha. Enviou auxilio à esquadra inglesa no policiamento do Atlântico e uma
missão médica.
Consequências da guerra: a)
O aparecimento de novas nações; b) Desmembramento do império Austro- Húngaro;
c) A hegemonia do militarismo francês, em decorrência do desarmamento alemão;
d) A Inglaterra dividiu sua hegemonia marítima com os Estados Unidos; e) O
enriquecimento dos Estados Unidos; f) A depreciação do marco alemão, que baixou
à milionésima parte do valor, e a baixa do franco e do dólar; g) O surgimento
do fascismo na Itália e do Nazismo na Alemanha.
Os "14 Pontos do Presidente Wilson"
Em mensagem enviada ao Congresso americano em 8 de janeiro de 1918, o Presidente Wilson sumariou sua plataforma para a Paz que concebia:
1) "acordos públicos, negociados publicamente", ou
seja a abolição da diplomacia secreta; 2) liberdade dos mares; 3) eliminação
das barriras econômicas entre as nações; 4) limitação dos armamentos nacionais
"ao nível mínimo compatível com a segurança"; 5) ajuste imparcial das
pretensões coloniais, tendo em vista os interesses dos povos atingidos por
elas; 6) evacuação da Rússia; 7) restauração da independência da Bélgica; 8)
restituição da Alsácia e da Lorena à França; 9) reajustamento das fronteiras
italianas, "seguindo linhas divisórias de nacionalidade claramente
reconhecíveis"; 10) desenvolvimento autônomo dos povos da Áutria-Hungria;
11) restauração da Romênia, da Sérvia e do Montenegro, com acesso ao mar para
Sérvia; 12) desenvolvimento autônomo dos povos da Turquia, sendo os estreitos
que ligam o Mar Negro ao Mediterrâneo "abertos permanentemente"; 13)
uma Polônia independente, "habitada por populações indiscutivelmente
polonesas" e com acesso para o mar; e 14) uma Liga das Nações, órgão
internacional que evitaria novos conflitos atuando como árbitro nas contendas
entre os países.
Os "14 pontos" não previam nenhuma séria sanção para com os derrotados, abraçando a idéia de uma Paz "sem vencedores nem vencidos". No terreno prático, poucas propostas de Wilson foram aplicadas, pois o desejo de uma "vendetta" por parte da Inglaterra e principalmente da França prevaleceram sobre as intenções americanas.
Os "14 pontos" não previam nenhuma séria sanção para com os derrotados, abraçando a idéia de uma Paz "sem vencedores nem vencidos". No terreno prático, poucas propostas de Wilson foram aplicadas, pois o desejo de uma "vendetta" por parte da Inglaterra e principalmente da França prevaleceram sobre as intenções americanas.
O Tratado de Versalhes:
conjunto de decisões tomadas no palácio de Versalhes no período de 1919 a 1920. As nações
vencedoras da guerra, lideradas por Estados Unidos, França e Inglaterra,
impuseram duras condições à Alemanha derrotada (é importante ressaltar que os
EUA não ratificaram o Tratado Versalhes, consideravam excessivas a quantidade
de reparações impostas à Alemanha). O desejo dos alemães de superar as condições
humilhantes desse tratado desempenhou papel importante entre as causas da
Segunda Guerra Mundial:
·
Restituir a região da Alsácia-Lorena à França.
·
Ceder outras regiões à Bélgica, à Dinamarca e à Polônia (corredor
polonês).
·
Ceder todas as colônias.
·
Ceder à França a propriedade inteira e absoluta das minas de
carvão situadas na baixia do Sarre.
·
Entregar quase todos seus navios mercantes à França, à
Inglaterra e à Bélgica.
·
Pagar uma enorme indenização em dinheiro aos países vencedores (33 milhões de dólares).
·
Seu exército foi limitado a 100 mil voluntários, e o recrutamento
militar foi proibido.
·
Reduzir seu poderio militar sendo proibida de possuir aviação
militar, submarinos, artilharia pesada e tanques.
·
Reconhecer a independência da Áustria.
·
Reconhecer a independência da Polônia
·
Considerada a grande culpada pela guerra.
A formação da Liga das Nações: em 28 de abril de
A ascensão econômica dos Estados Unidos
no pós-guerra: os Estados unidos alcançaram significativo desenvolvimento
econômico através da exportação de produtos industrializados. A Europa
tornou-se dependente dos produtos americanos.
liciamento do Atlântico e uma missão médica.