01. (Cesgranrio) Os movimentos de rebelião colonial e o processo de emancipação política do Brasil estão ligados às transformações do mundo ocidental no final do século XVIII. Assim, está carreto afirmar que:
a) o desenvolvimento industrial reforçou o pacto colonial, como instrumento de reserva de mercado.
b) a Ilustração promoveu expressiva modernização econômica da colônia e o reforço da religiosidade expressa no Barroco.
c) a emancipação política, no caso brasileiro, marcou a definitiva separação entre portugueses, agentes da metrópole e colonos brasileiros.
d) as reações contra o domínio metropolitano foram movimentos autóctones das elites coloniais, não se ligando ao processo geral da crise do Antigo Regime.
e) as rebeliões coloniais foram influenciadas pelo pensamento liberal, apesar das diferenças entre as áreas coloniais e a Europa.
02. (UFRJ) "(...) o povo nada ganhou absolutamente com a mudança operada. A maioria dos franceses lucrou com a Revolução que suprimiu privilégios e direitos auferidos por uma casta favorecida. Aqui, lei alguma consagrava a desigualdade, todos os abusos eram o resultado do interesse e dos caprichos dos poderosos e dos funcionários. Mas são estes homens que, no Brasil, foram os cabeças da revolução, (...)"
(SAINT-HILAIRE, A. de. Segunda viagem do Rio de Janeiro a Minas Geríeis e São Paulo-1822. In: MATTOS, Ilmar R., ALBUQUERQUE, Luís Affonso S. de. Independência ou morte: a emancipação política do Brasil. São Paulo: Atual, 1991. p. 63-4.)
O processo de ruptura do pacto colonial assumiu dimensão definitiva por ocasião das mudanças ocorridas quando da Era Napoleônica. Os interesses colonialistas sofreram contestações e o ideário da Revolução
Francesa influiu decisivamente nos movimentos políticos ocorridos no interior das colônias americanas. No
Brasil, esse processo reflete-se em ações que resulta-
ram na independência de 1822, precedida de movi-
mentos, como o da Insurreição Pernambucana de 1817,
que visavam ao rompimento com a metrópole.
a) Cite duas razões que contribuíram para a eclosão
da Insurreição Pernambucana de 1817.
b) Justifique o apoio dos grandes proprietários ao
processo de independência no Brasil.
03. (Cesgranrio) A transferência do governo português para o Brasil, em 1808, teve ligação estreita com o processo de emancipação política da colônia porque:
a) introduziu as idéias liberais na colônia, incentivando várias rebeliões.
b) reforçou os laços de dependência e monopólio do sistema colonial, aumentando a insatisfação dos colonos,
c) incentivou as atividades mercantis, contrariando os interesses da grande lavoura.
d) instalou no Brasil a estrutura do Estado português, reforçando a unidade e a autonomia da colônia.
e) favoreceu os comerciantes portugueses, prejudicando os brasileiros e os ingleses ligados ao comércio de importação.
04. (PUC-SP) "(...) todos os brasileiros, e sobretudo os brancos, não percebem suficientemente que O tempo de se fechar a porta aos debates políticos (...). Se se continua a falar dos direitos dos homens, da igualdade, terminar-se-á por pronunciar a palavra fatal. liberdade, palavra terrível e que tem muito mais força num país de escravos que em qualquer outra parte (...)"
(MOTA, C. G. 1822. Dimensões.)
O texto acima, escrito provavelmente por volta de
1823/1824, O parte de uma carta sobre a independência do Brasil, enviada por um observador europeu a D, João VI. Leia com atenção o texto e, a seguir, identifique e comente os limites sociais do processo brasileiro de independência.
05. (Fuvest) A organização do Estado brasileiro que se seguiu à independência resultou do projeto do grupo
a) liberal-conservador, que defendia a monarquia constitucional, a integridade territorial e o regime centralizado.
b) maçônico, que pregava a autonomia provincial, o fortalecimento do executivo e a extinção da escravidão,
c) liberal-radical, que defendia a convocação de uma Assembléia Constituinte, a igualdade de direitos políticos e a manutenção da estrutura social.
d) cortesão, que defendia os interesses recoloniza-dores, as tradições monárquicas e o liberalismo econômico.
e) liberal-democrático, que defendia a soberania popular, o federalismo e a legitimidade monárquica.
06. (UnB) Leia o texto que se segue.
"A independência do Brasil não resultou em maiores alterações da ordem social e econômica, ou da forma de governo. Exemplo único na história da América Latina, o Brasil ficou sendo uma monarquia entre repúblicas."
(FAUSTO, Boris. História do Brasil.)
Quanto às razões dessa continuidade social e econômica entre a colônia e o império, julgue os itens seguintes.
0) A abertura dos portos por D. João estabeleceu uma ponte entre a Coroa portuguesa e os setores dominantes na colônia.
1) A elite política promotora da independência, embora desejasse rupturas sociais mais profundas, teve de enfrentar a resistência da corte portuguesa,
2) A monarquia transformou-se em um símbolo de
autoridade, nos primeiros anos após a independência, mesmo quando D. Pedro I era contestado.
3) A continuidade foi facilitada pela existência de uma elite política orgânica, com uma base social firme e um projeto claro para a nova nação.
07. (Cesgranrio-) A formação do Estado nacional, no
Brasil, foi marcada por confrontas e períodos de instabilidade. A esse respeito, assinale a opção que expressa corretamente uma etapa da história política do império.
a) O Ato Adicional de 1834 reafirmou a concepção centralista do império, abalada com a abdicação de D. Pedro l.
b) O Segundo Reinado, em sua primeira fase (1840- 1850), foi marcado por medidas centralizadoras e pela derrota dos últimos movimentos revolucionários.
c) A maioridade marcou a derrota do grupo político regressista, na medida em que instituiu o poder absoluto do imperador.
d) A Conciliação, aliança de liberais e conservadores, garantiu a efetivação do ideário democrático dos primeiros.
e) As rebeliões provinciais, como a Farroupilha (RS) e a Balaiada (MA), expressaram a reação restauradora das oligarquias contra o liberalismo do governo regencial.
08. (UFMG) Nos textos seguintes, Gilberto Freyre descreve, respectivamente, a rotina de uma senhora de engenho, dona de casa ortodoxamente patriarcal, e a rotina de um novo tipo de mulher, surgida nos meados do século XIX.
"... levantando-se cedo a fim de dar andamento aos serviços, ver se partir a lenha, se fazer o fogo na cozinha, se matar a galinha mais gorda para a canja; a fim de dar ordem ao jantar (...) e dirigir as costuras das mucamas e molecas, que também remendavam, cerziam, remontavam, alinhavavam a roupa da casa, fabricavam sabão, vela, vinho, licor, doce, geléia. Mas tudo devia ser fiscalizado pela iaiá branca, que às vezes não tirava o chicote da mão,"
"... acordando tarde por ter ido ao teatro ou a algum baile; lendo romance; olhando a rua da janela ou da varanda; levando duas horas no toucador (...) outras tantas horas no piano, estudando a lição de música, e ainda outras na lição de francês ou de dança. Muito menos devoção religiosa do que antigamente. O médico de família mais poderoso que o confessor. O teatro seduzindo as senhoras elegantes mais que a igreja. O próprio baile mascarado atraindo senhoras de sobrado."
(FREYRE, Gilberto. Sobrados e mocambos. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1968. t.1, p. 109-10.)
a) Indique três mudanças ocorridas na estrutura socioeconômica do Brasil, na segunda metade do século XIX, que explicam as transformações ocorridas no papel feminino.
b) Descreva a condição da cidadania da mulher no período primário-exportador.
09. (Cesgranrio) A concretização da emancipação política do Brasil, em 1822, foi seguida de divergências entre os diversos setores da sociedade, em torno do projeto constitucional, culminando com o fechamento da Assembléia Constituinte.
Assinale a opção que relaciona corretamente os preceitos da Constituição Imperial com as características da sociedade brasileira.
a) A autonomia das antigas capitanias atendia aos interesses das oligarquias agrárias.
b) O poder moderador conferia ao imperador a proeminência sobre os demais poderes.
c) A abolição do Padroado, por influência liberal, assegurou ampla liberdade religiosa.
d) A abolição progressiva da escravidão, proposta de José Bonifácio, foi uma das principais razões da oposição ao imperador D. Pedro l.
e) A introdução do sufrágio universal permitiu a participação política das camadas populares, provocando rebeliões em várias partes do país.
10. (Vunesp) "O quadro político O evidentemente alterado com a nova ordem: quem fazia oposição ao governo se divide em dois grandes grupos – o dos moderados, que estão no poder; os exaltados, que sustentam teses radicais, entre elas a do federalismo, com concessões maiores às Províncias. Outros, deputados, senadores, Conselheiros de Estado, jornalistas... permanecem numa atitude de reserva, de expectativa crítica. Deles, aos poucos surgem os restauradores ou caramurus."
(IGLÉSIAS, Francisco. Brasil, sociedade democrática.) O texto refere-se à nova ordem decorrente
a) da elaboração da Constituição de 1824.
b) do golpe da maioridade.
c) da renúncia de Feijó.
d) da abdicação de D. Pedro I.
e) das revoluções liberais de 1824.
11. (Mackenzie-SP) “O certo é que, se os marcos cronológicos com que os historiadores assinalam a evolução social e política dos povos não se estribassem unicamente nos caracteres externos e formais dos fatos, mas refletissem a sua significação íntima, a independência do Brasil seria antedatada de catorze anos...” (Caio Prado Júnior. Evolução política do Brasil.)
O fato histórico mencionado no texto e que praticamente anulou nossa situação colonial foi:
a) criação do ensino superior;
b) alvará de liberdade industrial;
c) tratado de 1810 com a Inglaterra;
d) abertura dos portos;
e) elevação do Brasil a Reino Unido.
12. (Fuvest) “As ruas estão, em geral, repletas de mercadorias inglesas. A cada porta as palavras Superfino de Londres saltam aos olhos: algodão estampado, ferragens de Birmigham podem ser obtidos nas lojas do Brasil a um preço um pouco mais alto do que em nossa terra.”
Essa descrição das lojas do Rio de Janeiro foi feita por Mary Graham, uma inglesa que veio ao Brasil em 1821.
a) Como se explica a grande quantidade de produtos ingleses à venda no Brasil desde 1808, e sobretudo depois de 1810?
b) Quais os privilégios que os produtos ingleses tinham nas alfândegas brasileiras?
13. (UFSM-RS) Em novembro de 1823, D. Pedro I fechou a Assembléia Constituinte. Em março do ano seguinte, outorgou uma Carta Constitucional à nação. Os liberais protestaram devido ao fato de o imperador haver:
a) desconsiderado o problema da escravidão;
b) desrespeitado a representação dos cidadãos, na figura dos deputados constituintes;
c) assegurado a representação política e a necessidade do diálogo entre as forças políticas da nação;
d) negado a tradição absolutista e o centralismo do Estado imperial;
e) respeitado a autonomia dos grupos dominantes nas diversas províncias do Império.
14. (Vunesp) “Brasileiros! Salta aos olhos a (...) perfídia, são patentes os reiterados perjuros do imperador, e está conhecida a nossa ilusão ou engano em adotarmos um sistema de governo defeituoso em sua origem e mais defeituoso ainda em suas partes componentes. As constituições, as leis e todas as instituições humanas são feitas para os povos e não os povos para elas. Eia, pois, brasileiros, tratemos de constituir-nos de um modo análogo às luzes do século em que vivemos (...), desprezemos as instituições oligárquicas, só cabidas na encanecida Europa." (Manifesto dos revolucionários da Confederação do Equador, 1824.)
Com base no texto indique;
a) o tipo de governo qualificado como “defeituoso";
b) o sistema de governo proposto pelos revoltosos.
15. (Fuvest) “... a carne, o couro, o sebo, a graxa, além de pagarem nas Alfândegas do país o duplo dízimo de que se propuseram aliviar-nos, exigiam mais quinze por cento em qualquer dos portos do Império. Imprudentes legisladores nos puseram desde esse momento na linha dos povos estrangeiros, desnacionalizaram a nossa Província e de fato a separaram da Comunidade Brasileira."
O texto acima refere-se:
a) ao problema dos altos impostos que recaíam sobre produtos do Maranhão, e que ocasionaram a Balaiada;
b) aos fatores econômicos que motivaram a Revolução Farroupilha, iniciada durante o Período Regencial;
c) às implicações econômicas do movimento de independência da Província Cisplatina;
d) às dificuldades econômicas do Nordeste, que justificaram a eclosão da Confederação do Equador;
e) aos problemas econômicos do Pará, que deram origem à Cabanagem.
16. (Unicamp) "Dois partidos lutam hoje em nossa pátria: o Restaurador e o Moderado. O primeiro foi leal ao monarca que abdicou e defende os inquestionáveis direitos do Sr. Pedro II. O segundo é partidário do sistema republicano e quer reduzir o Brasil a inúmeras repúblicas ‘fracas' e ‘pequenas’, e assim seus membros poderiam tornar-se seus futuros ditadores." (Adaptado do jornal O Caramuru de 12 de abril de 1832. Citado por Arnaldo Contier. Imprensa e ideologia em São Paulo.)
A partir do texto, responda:
a) Em que período da história política do Brasil o texto foi escrito?
b) Qual o regime político defendido pelos partidos citados no texto?
c) Quais são as críticas que o jornal O Caramuru faz ao Partido Moderado?